Lojas são desapropriadas para construção de praça em prédio icônico no Centro de BH; veja como vai ficar
29/04/2024
(Foto: Reprodução) Praça Independência ficará localizada no térreo do tradicional Edifício Sulamérica, na Avenida Afonso Pena, entre as ruas da Bahia e Tamoios. Expectativa é que ela esteja pronta em outubro. Térreo do Edifício Sulamérica vai abrigar Praça Independência
A Avenida Afonso Pena, no coração da capital, deve receber um novo espaço público ainda neste ano. O térreo do icônico Conjunto Sulacap-Sulamérica, localizado entre as ruas da Bahia e Tamoios, voltará a abrigar a Praça Independência.
Para o restabelecimento do espaço, a Prefeitura já desapropriou os estabelecimentos comerciais e lojas localizadas no Novo Sulamérica — mais baixo e mais largo, localizado entre as torres gêmeas do conjunto. (veja vídeo acima e fotos abaixo)
O edifício Novo Sulamérica será demolido, liberando a vista para as torres e abrindo espaço ao ar livre para a Praça Independência, que também dará acesso aos edifícios.
Vão do edifício Novo Sulamérica atualmente (esquerda) e como a Praça Independência deve ficar (direita).
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A expectativa da Prefeitura de Belo Horizonte é emitir a ordem de serviço para início das obras entre 8 e 18 de maio. Depois disso, a empresa responsável terá 150 dias para conclusão — ou seja, entrega prevista para data entre 5 e 15 de outubro de 2024.
A expectativa é um custo de pouco mais de R$ 3 milhões para as intervenções, que compõem o programa Centro de Todo Mundo. Além da Praça Independência, outras obras estão previstas, como na Praça da Rodoviária, na Rua Sapucaí e a ciclovia da Afonso Pena.
Edifício Novo Sulacap (mais baixo e mais largo, pichado) será demolido para dar espaço à Praça Independência.
Rodrigo Salgado/g1
Lojas desapropriadas e prédio demolido
As lojas localizadas no térreo e as salas dos andares superiores do Novo Sulamérica foram desapropriadas no início de abril para dar início ao processo de demolição do prédio, que promete utilizar processos e metodologias tecnológicas.
Entre as lojas com a entrada para a Avenida Afonso Pena, somente uma rede de fast food e uma de chocolates estavam em funcionamento.
Após as demolições, os jardins que originalmente compunham a Praça Independência serão refeitos e o espaço deixará de ter paredes e teto.
Conjunto Sulacap-Sulamérica é tombado pelo município.
Rodrigo Salgado/g1
Conjunto Sulacap-Sulamérica
O Conjunto Sulacap-Sulamérica é um bem cultural tombado pelo Patrimônio do Município de Belo Horizonte. O projeto, assinado pelo arquiteto italiano Roberto Capello, em 1941, tem o estilo protomoderno.
O conjunto é composto por duas torres idênticas, simetricamente dispostas, uma em frente à outra. Uma delas se chama Sulacap, enquanto a outra, Sulamérica.
O Sulamérica foi inaugurado em 1947, para uso misto. Apesar disso, pouco tempo depois, a maior parte dos andares foram revertidos para uso comercial, embora alguns ainda abriguem apartamentos atualmente.
O Sulacap, por sua vez, foi construído posteriormente, para uso exclusivamente residencial.
Vista traseira do térreo do Conjunto Sulacap-Sulamérica, voltada para a Avenida Afonso Pena, que futuramente abrigará Praça Independência.
Rodrigo Salgado/g1
Praça Independência
Até os anos 1970, existia uma praça, com um vasto jardim, entre os dois edifícios. A população se apropriou do espaço e passou a ser conhecida como Praça Independência, com vista privilegiada para o Viaduto Santa Tereza. O intuito era "emoldurar" o ponto turístico e criar um espaço de convivência.
Nos anos 1970, entretanto, o espaço sofreu uma descaracterização com a construção de um anexo, ligando os dois prédios: o edifício Novo Sulamérica, que agora será demolido.
A construção desse anexo, apesar de legal, prejudicou o projeto original de Roberto Capello, tampou a vista para o conjunto de quem vinha da Afonso Pena e transformou a Praça Independência em um vão, em que os jardins deram espaço para paredes e teto.
Vão do Conjunto Sulamérica-Sulacap dá vista privilegiada para Viaduto Santa Tereza; essa parte dos prédios não será afetada pelas obras.
Rodrigo Salgado/g1
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