Acusado de matar sem-teto em zona nobre de BH confessa que esquartejou a vítima com serra elétrica
29/01/2025
(Foto: Reprodução) Em juízo, Matheus Peixoto não só confessou ter matado a vítima como admitiu que esperou a manhã seguinte — quando uma obra de construção civil estava em andamento em um imóvel próximo — para ligar a serra elétrica e cortar partes do corpo dela. Acusado de matar e esquartejar sem-teto em zona nobre de BH é julgado
O homem acusado de matar e esquartejar um sem-teto em fevereiro de 2023, no bairro Santo Antônio, região nobre de Belo Horizonte, confessou ter matado uma pessoa em situação de rua a facadas e esquartejado com uma serra elétrica.
A vítima foi identificada como Marciel José. Partes do corpo dele foram encontradas no apartamento de Matheus Peixoto de Barros, que tinha 23 anos quando cometeu o crime. Ele também já era suspeito de ter matado a própria mãe, em 2017.
O acusado passa por júri na manhã desta quarta-feira (29). Em juízo, ele não só confessou ter matado a vítima como admitiu que esperou a manhã seguinte — quando uma obra de construção civil estava em andamento em um imóvel próximo — para ligar a serra elétrica e cortar partes do corpo de Marciel José.
Matheus foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais. Ele foi preso no dia 6 de fevereiro de 2023, uma semana após o assassinato.
Acusado de matar e esquartejar sem-teto é julgado em BH
Marcelo Almeida/TJMG
'Terapia'
Matheus ainda disse aos magistrados, durante o julgamento, que tinha o hábito de levar pessoas em situação de rua para seu apartamento para "conversar e desabafar". Disse, ainda, que os encontros eram "terapêuticos", e não tinham objetivo sexuais..
No dia do crime, ele afirmou ter levado um outro sem-teto para sua residência, e que após a conversa o homem foi embora. Matheus afirmou que mesmo após o desabafo, ainda não se sentia bem, e saiu novamente e encontrou a Marciel José. Ele teria aceitado conversar com Matheus no apartamento, em troca de dinheiro e de um pendrive com músicas.
Durante a conversa com a vítima, o réu teria se incomodado quando Marciel contou a ele que já havia matado uma pessoa e estuprado uma mulher. Matheus disse que sentiu medo, e os dois começaram a discutir.
Ambos se agrediram e o acusado esfaqueou o sem-teto. Mesmo ferido, Marciel se levantou e continuou a brigar com Matheus, foi quando o réu atingiu a vítima com um golpe na região do coração. O homem morreu no local.
Matheus foi até uma unidade médica particular para ser atendido, pois estava com diversos ferimentos e cortes pelo corpo. Ao retornar para sua casa, viu que o corpo da vítima estava frio e ele já não apresentava movimentos. Ele esperou até o dia seguinte e esquartejou o corpo do homem, conforme a denúncia do MPMG.
Ele colocou as partes do corpo da vítima em sacos de linhagem e desovou em locais diferentes, um deles foi uma caçamba. Uma testemunha relatou que o réu se internou em um hospital psiquiátrico e confessou o crime à sua advogada, que acionou a polícia.
Pessoas da vizinhança afirmaram terem visto uma água escura escorrendo do apartamento de Matheus, no dia da morte do sem-teto.
Sanidade mental
O laudo de sanidade mental constatou que o réu possui transtorno da personalidade mista – um transtorno da saúde mental que reduz parte de sua capacidade de "determinação para os fatos e em conexão com eles".
Após o laudo, a Justiça considerou que o réu ele é considerado semi-inimputável, ou seja, não conseguia entender completamente o que estava fazendo, ou não tinha total controle sobre suas ações. A defesa do réu tenta a conversão da reclusão em presídio para prisão domiciliar, para tratamento médico.
O réu relatou em juízo que foi espancado pelo pai o espancava e sofria com terror psicológico durante a infância. Matheus contou, também, que sofreu abusos sexuais dos 6 aos 13 anos de idade, que teriam sido cometidos pelo pai e pela mãe.
Uma das testemunhas, ex-vizinha de Matheus, contou que o comportamento do réu era estranho e que ele parecia ser uma pessoa "solitária e com mudanças de humor". Essas mudanças geralmente ocorriam quando o assunto era a família do acusado.
Ainda segundo a testemunha, ele teria matado a mãe esfaqueada após dopá-la com remédios, e que havia assistido a série criminal “Dexter” para planejar o crime.
O réu aguarda a decisão do júri, que conta com quatro homens e três mulheres no Conselho de Sentença.
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